Luzia Bontempo
Não é fácil caracterizar o pedagogo existente em nossos estabelecimentos educativos como agente de mudança. A complexidade crescente dos sistemas de ensino tem alargado as dimensões da atuação de todos os educadores e daqueles que exercem algum tipo de liderança junto aos professores. As mudanças sem precedentes que vêm ocorrendo nos últimos anos em toda a sociedade não tiveram cursos de capacitação profissional, nos últimos anos, explicita o grande esforço para fazer com que o professor assuma uma nova postura na sala de aula, aprenda a processar o saber universal disponível e tenha acesso à renovação desse saber.
Hoje, o bom profissional não é o que sabe, é o que está sabendo, isto é, o que está continuamente aprendendo, renovando e reformulando seu conhecimento. As transformações, hoje, são tão rápidas que a grande tarefa da educação é assumir o desafio de acelerar o ato de aprender e atender à necessidade da renovação do aprendido logo em seguida, a fim de evitar a fossilização precoce das idéias e da práxis. Para bem exercer a profissão, sintonizado com o momento histórico, cada educador precisa estar disposto a realizar permanentes investimentos em sua qualificação: comprar livros, assinar revistas especializadas; disponibilizar tempo para estudo; construir uma disciplina pessoal que favoreça sua atualização continuada e permanente.
No entanto, a atualização permanente está longe de ser a panacéia que vai resolver todos os problemas do ensino em nossas escolas. Somente a capacitação em serviço não é condição suficiente para produzir as mudanças necessárias que a legislação vigente e a sociedade requerem. As agências responsáveis pela formação do pedagogo deveriam oferecer cursos ou seminários periódicos aos ex- alunos, ouvindo-os em suas dificuldades e ajudando-os a nortearem seu desempenho com mais eficiência. Às vezes, enfrentam obstáculos descomunais, para os quais não se sentem preparados e não têm a quem recorrer. Poucos voltam à faculdade em busca de novos caminhos, muitos desistem ou acomodam-se a um ativismo estressante, sem obter sucesso algum, desqualificando a própria função.
A efetivação de qualquer mudança começa com a competência em administrá-la em si próprio e em seu cotidiano. Educar-se é a primeira parte da tarefa. Naturalmente, vai exigir esforço pessoal e grande dose de boa vontade para conhecer o próprio potencial e aprendera utilizar as inteligências dominantes livremente. Quando conhecemos nossas potencialidades, podemos fazer escolhas mais conscientes e equilibradas. Realizar experiências de mudança na escola é acreditar no poder de criação de cada professor, é manter-se aberto às novas idéias, é prover ambientes estimulador ao crescimento de todos. É muito mais difícil do que identificar erros, detectar problemas educacionais ou apontar culpados. Os principais ingredientes da mudança são ousadia e simplicidade. Ousar é fazer diferente e melhor o que já se sabe fazer bem, com simplicidade. Não implica tirar coisas, e, sim, transformar a prática, a escola as pessoas.
ACADÊMICA: JANE CRISTINA REIS DOS SANTOS
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