domingo, 5 de junho de 2011

RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO


O Professor-aluno é vertical, sendo que (o professor) detém o poder decisório quanto à metodologia, conteúdo, avaliação, forma de interação na aula etc.
O professor detém os meios coletivos de expressão. A maior parte dos exercícios de controle e dos de exames se orienta para a reiteração dos dados e informações anteriormente fornecidos pelos manuais.
Paulo Freire diz que, educar para uma prática de vida é a grande linha filosófica do pensamento freireano. A dimensão política no pedagógico de Freire é a exposição de um elemento-chave de todo o seu pensamento: a educação como prática da liberdade sinaliza a libertação como fim da educação. Sua preocupação é situar o ser humano como criador da história e da cultura. A realidade prática do sujeito é, para ele, o ponto de partida para a ação pedagógica. Toda ação educativa deve ser precedida de uma reflexão sobre o homem e de uma análise de seu meio de vida. A sua “teoria da ação dialógica” pressupõe dois momentos fundamentais: da denúncia da desumanização e o momento do anúncio do processo de humanização a ser construído dialogicamente.
“De acordo com Gadotti (1996, p. 80), o pensamento de Paulo Freire “tem uma ação direta com a realidade, comprometendo-se, acima de tudo” com uma realidade a ser transformada”. Pensando a educação não apenas como ato estritamente pedagógico. A partir dela se buscará um enfoque diferente acerca da relação professor-aluno. O diálogo proposto por Freire (2005) como prática educativa – diferente do suposto diálogo vertical proposto pelas elites, que impossibilita a manifestação do sujeito-aprendiz – é um ato de “respeito aos educandos, não apenas enquanto indivíduos, mas também enquanto expressões de uma prática social” (GADOTTI, 1996, p. 84). O professor e o aluno estão enganjados no ato de aprender, de conhecer. Paulo Freire (2005) sustenta a afirmação de que os seres humanos não estão apenas no mundo, mas com o mundo e alerta que não há possibilidade de diálogo entre os que buscam a afirmação da humanização e os que não querem a ‘pronúncia’ do mundo. “Como posso dialogar, se alieno a ignorância, isto é, se a vejo sempre no outro, nunca em mim?” (FREIRE, 2005, p. 30). Nesse novo cenário da educação, será preciso reconstruir o saber da escola e a formação do educador. Em vez de mostrar a arrogância de quem se julga dono do saber, o professor deverá ser mais criativo e aprender com o aluno e com o mundo. O professor deverá promover o entendimento e a escola deverá ser um espaço de convivência, onde os conflitos sejam trabalhados realmente – daí a importância do diálogo nas relações pessoais e interpessoais. Aprender a ler, a escrever, é, antes de tudo, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, numa relação dinâmica que vincula a linguagem e a realidade. Neste sentido, o diálogo é ponto de referência central, pois é através dele que se acredita serem possíveis seres humanos se transformarem em seres comunicativos, podendo atuar para transformar a realidade. Para Freire o diálogo é o caminho necessário para os indivíduos a fim de que possam refletir sobre sua realidade tal como a fazem e refazem. É um evento social que ajusta o relacionamento entre os sujeitos cognitivos e não uma simples comunicação com uma linguagem simbólica como fazem os animais. O diálogo exige um pensar verdadeiro, um pensar crítico. Ele não dicotomiza homens e mundo, mas os vê em contínua interação. Enquanto ser inacabado, o homem se faz na interação com o mundo, objeto da práxis transformadora. Numa relação amorosa, em permanente busca pela humanização.

Acadêmica: Geisa Oliveira Carvalho

Nenhum comentário:

Postar um comentário