quarta-feira, 6 de abril de 2011

A PEDAGOGIA E A FORMAÇÃO DOCENTE


Entrevista:
Lucíola Lecínio de Castro Paixão Santos 
PP: Quais os principais momentos de sua trajetória profissional nos campos da formação docente e do currículo? Lucíola: Fiz o Curso Normal no Instituto de Educação, em Belo Horizonte, e a seguir o curso de Jornalismo na UFMG, terminando-o em 1969. Depois de ter feito o Normal, trabalhei como professora das séries iniciais e, no final da década de 60, fiz também o curso de Pedagogia, no Instituto de Educação. Trabalhei então como Supervisora Escolar e fui convocada para prestar serviços na Secretaria de Educação de Minas Gerais. Durante o curso de Jornalismo, fiz estágio na TV Itacolomi, que pertencia aos Diários Associados. Após terminar o curso, trabalhei por alguns anos na produção de um programa educativo denominado “Universidade Popular da Manhã”. Em 1976, ingressei no Departamento de Educação da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Meu Mestrado foi feito na Universidade Federal de São Carlos, e o Doutorado na Universidade de Londres. Em 1993, depois de me aposentar na UFV, ingressei na Faculdade de Educação da UFMG. A disciplina “Currículo” era trabalhada de forma prescritiva, com utilização dos famosos manuais de Ralph Tyler e Hilda Taba. Fui fazer o Doutorado no Depto. de Sociologia de Educação do Instituto de Educação da Universidade de Londres, berço da Nova Sociologia da Educação. Foi lá que tomei contato com as novas teorias de currículo, convivendo com professores de expressão internacional como Michael Young e Basil Bernstein. Voltando comecei a desenvolver pesquisas do campo do currículo, dentro dessas abordagens e das tendências que as sucederam. PP: Fale um pouco de sua experiência como professora do Curso de Pedagogia. Lucíola: No curso de Pedagogia, em Viçosa, eu trabalhava na formação do Administrador e Supervisor Escolar, não deixando de ter experiências com a formação docente PP: Que relação essa trajetória mantém com a formação docente e com a área de currículo, nas quais você trabalha e pesquisa hoje? Lucíola: A minha própria formação como professora das séries iniciais foi privilegiada, porque cursei uma escola pública de alto nível, que realmente preparava os professores para a realidade educacional daquele período. Sabíamos como introduzir e estimular o estudo de um tema, sabíamos como desenvolvê-lo, seguir seqüências, incentivar, atender os alunos que tivessem dificuldade, fazer avaliação no processo e, depois, avaliação diagnóstica e somativa. Eu me sentia muito segura como professora, não tinha dificuldade para enfrentar as turmas que eram de uma escola do Estado, em local que hoje não é considerado periferia, mas naquela época era. te, sobretudo porque quase a totalidade dos alunos era de professores atuantes nas redes de ensino. O curso era noturno, e recebíamos pessoas das cidades vizinhas. Quando dava aulas em Viçosa, percebia que as alunas do Curso de Pedagogia precisavam ter uma cultura geral mais ampla para se tornarem especialistas em educação. Costumava brincar dizendo que, durante dois  • PRESENÇA PEDAGÓGICA • v.12 • n.67 • jan./fev. 2006 Nós professores sabíamos como introduzir e estimular o estudo de um tema, como desenvolvê-lo, incentivar os alunos com dificuldade, fazer avaliação no processo e, depois, avaliação diagnóstica e somativa.


Acadêmica: Jane Cristina Reis dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário