quarta-feira, 6 de abril de 2011

A PEDAGOGIA NO DIA-A-DIA

Autora: Ana Lúcia Coelho da Silva - Acadẽmica do I semestre  do curso de pedagogia - IESPES


PEDAGOGIA 

O entendimento de que as práticas educativas estendem-se às mais variadas instâncias da vida social não se restringindo, portanto, à escola e muito menos à docência, deve ser a referência da formação do pedagogo escolar. Sendo assim, o campo de atuação do profissional formado em Pedagogia é tão vasto quanto são as práticas educativas na sociedade. Em todo lugar onde houver uma prática educativa com caráter de intencionalidade, há aí uma pedagogia.
Pedagogia é uma área de conhecimento que investiga a realidade educativa, no geral e no particular. Mediante conhecimentos científicos, filosóficos e técnicos-profissionais, ela busca a explicitação de objetivos e formas de intervenção metodológica e organizativa. Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação humana definidos em sua contextualização histórica. A Pedagogia é a teoria, a reflexão, sobre o aspecto da realidade em suas relações com outros aspectos, e constitui-se como campo de investigação específico cuja fonte é a própria prática educativa e os aportes teóricos providos pelas demais ciências da educação e cuja tarefa é a compreensão, global e intencionalmente dirigida, dos problemas educativos.
Em síntese, o campo de conhecimento pedagógico corresponde ao estudo científico e filosófico da educação e aos conhecimentos teóricos e práticos de sua aplicação. Mais especificamente, podem ser agrupados em três áreas:
  1. Conhecimentos científicos e filosóficos da educação, abrangendo os elementos constitutivos da relação pedagógica, dentro da multiplicidade de análises do fenômeno educativo. As disciplinas dessa área formam uma parte do núcleo básico de formação.
  2. Conhecimentos específicos da atividade propriamente pedagógica e que constituem a referência básica do tratamento do fenômeno educativo, e formam a outra parte do núcleo básico de formação.
  3. Conhecimentos técnicos-profissionais específicos conforme o âmbito da atuação profissional.
      
    COMO TRABALHAR A ARTE NA PEDAGOGIA

    Quando se fala em arte, refere-se aos artistas como eles se apresentam de várias maneiras e em diversos níveis, onde interagem com a sociedade, mostrando assim as crenças, opiniões, conceitos, normas e valores como forma de componentes culturais.
    Nos PCN’s a arte é vista como a livre expressão, sendo que cabe a cada escola escolher o tipo de arte que lhe agrada e essa passa a ser trabalhada com os alunos.
    Craidy e Kaercher (2001, pg. 99) ressaltam que é de grande importância para a criança a apreciação de espetáculos teatrais, sendo que o professor deverá selecionar os espetáculos infantis de acordo com a faixa etária dos alunos e interesse da turma. Afirmam ainda que quando a criança vai ao teatro ela adquiri uma experiência maior por ter feito o contato amplo com os diferentes elementos que compõem a linguagem teatral como: iluminação, coreografia, elementos sonoros e o próprio espaço cênico. Comentam também que o professor deve usar o teatro para trabalhar a forma criativa e consciente das limitações, barreiras e preconceitos que surgem no ambiente escolar em prol de uma educação integral do aluno.
    As autoras ressaltam ainda que ao realizar um teatrinho na escola é preciso que seja compreendida a necessidade e o desejo das crianças, adequando assim os procedimentos a serem realizados pelas mesmas.
    Para a educação, o teatro é visto como um instrumento fundamental na formação da criança, pois irá influenciar no desenvolvimento, habilidades e comportamento dos alunos. Comenta-se também que o teatro no Brasil foi recentemente inserido nas escolas atuando de forma efetiva, e que somente através da influência da psicologia é que arte começou a ser trabalhada na sala de aula. A apresentação de uma peça de teatro na escola se faz com a utilização de fantoches, corpo discente, docente, pessoal de apoio e outros materiais didáticos.

    A PEDAGOGIA E AS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

    A Pedagogia não é, certamente, a única área científica que tem a educação como objeto de estudo. Também a Sociologia, a Psicologia, a Economia, a Linguística, podem ocupar-se de problemas educativos, para além de seus próprios objetos de investigação e, nessa medida, os resultados de seus estudos são imprescindíveis para a compreensão do educativo. Entretanto, cada uma dessas ciências aborda o fenômeno educativo sob a perspectiva de seus próprios conceitos e métodos de investigação. É a Pedagogia que pode postular o indicativo propriamente dito e ser ciência integradora dos aportes das demais áreas. Isso significa que, embora não ocupe lugar hierarquicamente superior ás outras ciências da educação, tem um lugar diferenciado.
    A Pedagogia, com isso, é um campo de estudos de estudos com identidade e problemáticas próprias. Seu campo compreende os elementos da ação educativa e sua contextualização, tais como o aluno como sujeito do processo de socialização e aprendizagem; os agentes de formação (inclusive a escola e o professor); as situações concretas em que se dão os processos formativos (entre eles o ensino); o saber como objeto de transmissão/assimilação; o contexto socioinstitucional das instituições (entre elas as escolas e salas de aula). Resumidamente, o objetivo do pedagógico se configura na relação entre os elementos da prática educativa: o sujeito que se educa, o educador, o saber e os contextos em que ocorre.
    Não é difícil constatar que nenhuma das chamadas ciências da educação trata especificamente desta problemática. Quando um psicólogo investiga ou atua no campo educacional, ele aplica aí os conceitos e métodos da Psicologia. O mesmo ocorre com a Sociologia, Economia, etc. A Pedagogia integra os enfoques parciais dessas diversas ciências em razão de uma aproximação global e intencionalmente dirigida aos problemas educativos e, nesse caso, os saberes dessa ciências convertem-se em saberes pedagógicos. O retorno à Pedagogia ocorrerá se as ciências da educação deixarem de partir de diferentes saberes específicos e começarem a tomar a prática dos formados como ponto de partida e de chegada para seus objetos de estudo.

    A FORMAÇÃO DOS PEDAGOGOS

    O curso de Pedagogia deve formar o pedagogo stricto sensu, isto é, um profissional qualificado para atuar em vários campos educativos para atender demandas sócio-educativas de tipo formal e não-formal e informal, decorrentes de novas realidades – novas tecnologias, novos atores sociais, ampliação das formas de lazer, mudanças nos ritmos de vida, presença dos meios de comunicação e informação, mudanças profissionais, desenvolvimento sustentado, preservação ambiental – não apenas na gestão, supervisão e coordenação pedagógica de escolas, como também na pesquisa, na administração dos sistemas de ensino, no planejamento educacional, na definição de políticas educacionais, nos movimentos sociais, nas empresas, nas várias instâncias de educação de adultos, nos serviços de psicopedagogia e orientação educacional, nos programas sociais, nos serviços para a terceira idade, nos serviços de lazer e animação cultural, na televisão, no rádio, na produção de vídeos, filmes, brinquedos, nas editoras, na requalificação profissional, etc.
    A caracterização de pedagogo stricto sensu é necessária para distingui-lo do profissional docente, já que todos os professores poderiam considerar-se, como pedagogo lato sensu. É importante formalizar uma distinção entre trabalho pedagógico (atuação profissional em um amplo leque de práticas educativas) e trabalho docente (forma peculiar que o trabalho pedagógico assume na sala de aula), separando portanto, curso de Pedagogia (de estudos pedagógicos) e cursos de licenciatura (para formar professores do ensino fundamental e médio). Caberia, também, entender que todo trabalho docente é pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é docente.

    PEDAGOGO ESPECIALISTA OU PEDAGOGO ESCOLAR

    É notório o crescimento e a complexidade cada vez maior do sistema escolar, em face da amplitude que vão assumindo as diversas modalidades de prática educativa na sociedade. Com isso, vai sendo requerida uma variedade maior de agentes do processo educacional: os que se dedicam a docência, aqueles ocupados com o planejamento, gestão e administração dos sistemas escolares e escolas, assim como a supervisão e assistência pedagógico-didática aos sistema e às escolas, os profissionais que atuam em atividades paraescolares, extra-escolares e em atividades teórico-científicas.
    Considerando-se a variedade de níveis de atuação profissional do pedagogo, há que se convir que os problemas, os modos de atuação e os requisitos de exercício profissional nesses níveis não são necessariamente da mesma natureza, ainda que todos sejam modalidades de prática pedagógica. De fato, os focos de atuação e as realidades com que lidam, embora se unifiquem em torno das questões do ensino, são diferenciados, o que justifica a necessidade de formação de profissionais da educação não diretamente docentes. Ou seja, níveis distintos de prática pedagógica requerem uma variedade de agentes pedagógicos e requisitos específicos de exercício profissional que um sistema de formação de educadores não pode ignorar.
    A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula, na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula. A presença do pedagogo escolar torna-se, pois, uma exigência dos sistemas de ensino e da realidade escolar, tendo em vista melhorar a qualidade da oferta de ensino para a população. Quando se atribuem ao pedagogo as tarefas de coordenar e prestar assistência pedagógico-didática ao professor, não está se supondo que ele deva ter domínio dos conteúdos-métodos de todas as matérias. Sua contribuição vem dos campos do conhecimento implicados no processo educativo-docente, operando uma intersecção entre a teoria pedagógica e os conteúdos-métodos de cada matéria de ensino, entre o conhecimento pedagógico e a sala de aula.


    PEDAGOGIA EMPRESARIAL NA PERSPECTIVA DO TREINAMENTO E DO DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS.

    No que diz respeito aos aspectos importantes na conquista do sucesso empresarial, encontra-se na literatura sobre Desenvolvimento de Recursos Humanos no contexto atual que este está vinculado predominantemente ao uso criativo da energia humana (em sua maior parte ainda inexplorada) e ao envolvimento das pessoas na canalização e no aproveitamento dessa energia.
    Em termos das “Tendências em treinamento e desenvolvimento: visão global e a realidade brasileira”, alguns aspectos precisam ser destacados, dentre estes, tecnologia de performance, gerenciamento com vistas ao desenvolvimento sustentável, impacto das novas mídias utilizadas pra treinamento e desenvolvimento provocam no local de trabalho a gestão horizontalizada de RH e a transformação do conceito de trabalho (do físico para o intelectual). A precariedade dos sistemas educacionais e os índices de analfabetismo são considerados como os dois grandes obstáculos, na América Latina, para o desenvolvimento de programas de recursos humanos mais efetivos.

    ESTRATÉGIAS DIDÁTICO-PEDAGÓGICAS NO ÂMBITO DAS ORGANIZAÇÕES

    Em primeiro lugar, cabe questionar o que está sendo entendido como “novos métodos” e de que forma estes se diferenciam daqueles considerados tradicionais. Além disso, há de se investigar que motivações/razões as empresas têm para estar cada vez mais insatisfeitas com os métodos identificados como tradicionais. Em segundo lugar, há de se proceder a diferenciação entre níveis e formas de formação profissional oferecida pelas empresas.
    Atualmente esta separação já tem sido questionada. Especialmente desde os anos 80, no âmbito da Pedagogia Empresarial, está se entendo que a formação na empresa é uma parte integrante das mudanças sistêmicas, que tem de ser concebida e operacionalizada nas “empresas que aprendem”. (MEYER-DOHM/SCHNEIDER, 1991).
    Do ponto de vista didático-metodológico, pode-se destacar que, em nível empresarial, torna-se necessária a adoção de estratégias que de fato permitam uma melhoria na formação profissional e não apenas na as formas de atuação dos profissionais no âmbito dessa mesma empresa (LENZEN,1991). A busca de novas possibilidades para o treinamento implica perceber que a cultura de aprendizagem em uma empresa expressa muito mais o potencial de auto-organização cuja base está na modalidade do permitir.


    A ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NA EMPRESA

    Em termos de métodos novos e antigos, podemos afirmar que, em todas as épocas, utilizam-se maneiras diferenciadas/privilegiadas para organizar espaços e circunstâncias de aprendizagem no contexto da formação profissional. Os métodos vistos como mais atuais são predominantemente citados pelas publicações especializadas em educação de adultos.
    A discussão sobre a busca de estratégias de formação mais efetiva justifica-se na medida em que a transmissão pura e simples de conhecimentos técnicos aos profissionais (jovens/iniciantes ou mais experientes) não basta para garantir um desempenho mais adequado tanto para os profissionais individualmente quanto para a empresa como um todo.
    Como conseqüência, a validade de cada um dos métodos deve ser questionada em termos de sua contribuição para a qualificação profissional. Tais métodos são adequados apenas à transmissão de conhecimentos a atitudes técnicas ou contribuem, também, com o desenvolvimento de técnicas de aprendizagem e trabalho dos que aprendem, oferecendo-lhes melhoria de suas capacidades de trabalho em equipe e de comunicação?
    Um outro ponto a ser enfatizado a respeito das opções e propostas metodológicas para os processos de aprendizagem nas empresas refere-se à compreensão de que não se pode qualificar, somente em competências, habilidades e atitudes mais amplas. As empresas não podem restringir suas ações de formação apenas a aspectos gerais, básicos para um bom desempenho em um sentido mais amplo, isto é, não podem abrir mão da formação em aspectos técnicos, específicos de uma competência profissional técnica. O equilíbrio entre os dois aspectos permitirá que os empregados-aprendizes entendam que a sua atuação limita-se ao alcance das metas organizacionais. Um estudo realizado sobre os métodos novos e antigos de treinamento mostra as transformações sofridas pela didática utilizada pelas empresas.


    AS COMPETÊNCIAS DO PEDAGOGO NA EMPRESA

    Os métodos novos e antigos na formação utilizada nas empresas evoluíram a partir de diferentes dimensões:
    1. Competência na atuação: configuração metodológica e didática pautada em uma idéia eminentemente instrumental da aprendizagem, caracterizada na aprendizagem por transmissão e na aprendizagem por ação;
    2. Competência técnica (conhecimentos técnicos e técnicas de trabalho): ênfase em técnicas, como discurso/conferência, debates, uso de audiovisuais, superlearning, projeto guiado, simulações, projetos individuais, trabalho com textos em pequenos e grandes grupos, método Metaplan, oficiais de artes;
    3. Competência para a auto-aprendizagem: técnicas de como aprender e trabalhar;
    4. Competência social: trabalho em equipes e métodos de comunicação.
    Estas mudanças nos métodos, decorrentes das transformações na cultura organizacional (implantação da cultura de aprendizagem nas empresas), com vistas a uma aprendizagem voltada para experiências significativas de aprendizagem, permitem perceber que a validade didática dos diferentes métodos aplicados no âmbito empresarial é sobremaneira diversificada.
    Com isso, quer dizer que os métodos clássicos não podem ser sumariamente abolidos posto que em determinados contextos desempenham um papel importante nos processos de formação. Embora se possa pensar que a aprendizagem por transmissão atende às demandas de uma qualificação pautada no desenvolvimento da competência técnica, exercendo efeito mínimo em termos do desenvolvimento de competências de relacionamento social, os resultados obtidos não dependem somente da ação de apresentação dos conteúdos. O fato dos conteúdos terem sido transmitidos não significa, necessariamente, que tenha havido aprendizagem.

     
    ÁREAS DE ATUAÇÃO DO PEDAGOGO

    Há uma diversidade de práticas educativas na sociedade e, em todas elas, desde que se configurem como intencionais, está presente a ação pedagógica. A contemporaneidade mostra uma “sociedade pedagógica”. Pode-se definir para o pedagogo duas esferas de ação educativa: escolar e extra-escolar.
    No campo de ação pedagógica escolar distinguem-se três tipos de atividades:
    1. A de professores de ensino público e privado de todos os níveis de ensino;
    2. A de especialistas da ação educativa operando nos níveis centrais, intermediários e locais de sistemas de ensino (supervisores pedagógicos, gestores, administradores escolares, planejadores, etc);
    3. Especialistas em atividades pedagógicas paraescolares atuando em órgãos públicos, privados e públicos não-estatais, envolvendo associações populares, educação de adultos, clínicas de orientação pedagógica/psicológica, entidades de recuperação de deficientes, etc.
    No campo da ação pedagógica extra-escolar distinguem-se profissionais que exercem sistematicamente atividades pedagógicas e os que ocupam apenas parte de seu tempo nestas atividades:
    1. Formadores, animadores, instrutores, organizadores, técnicos, consultores, orientadores, que desenvolvem atividades pedagógicas (não-escolares) em órgãos públicos, privados e públicos não-estatais;
    2. Formadores ocasionais que ocupam parte de seu tempo em atividades pedagógicas em órgãos públicos estatais e não-estatais e empresas referentes à transmissão de saberes e técnicas ligados a outra atividade profissional especializada.
    O campo de atividade pedagógica extra-escolar é extenso. Pode –se incluir no item da educação extra-escolar toda a gama de agentes pedagógicos que atuam no âmbito da vida privada e social: pais, parentes, trabalhadores voluntários em partidos políticos, sindicatos, associações, centros de lazer, etc.

    QUEM É CONTRA A PEDAGOGIA?

    Onde estaria a raiz da intolerância à Pedagogia como ciência ou, ao menos, como um campo específico de conhecimentos e práticas? É uma pergunta difícil de responder. Seria ver nela um caráter dogmático, excessivamente voltado para postulados ético-normativos num mundo propício à relativização de valores? Ou, por outro lado, um caráter racionalista ou mesmo tecnicista, no sentido de que toda ciência seria domesticada, erigindo-se acima da sociedade? Ou seria decorrente da subestimação dos objetivos e processos pedagógico-didáticos em favor da tese de que, para uma boa aprendizagem, os conteúdos/métodos de cada matéria se bastam? Se for isso, onde o docente buscará critérios de escolha de objetivos sociopolíticos e seleção de conteúdos científicos e métodos para traduzi-los em escolhas concretas de modos de instrução e formação? Para essa tarefa bastaria a Filosofia, a Sociologia, a Psicologia, os próprios conteúdos/métodos de cada matéria? Mas para onde esses conhecimentos convergem, se não houver um campo de conhecimentos orientado intencionalmente para a prática educativa? Além disso tudo, conviria analisar mais a fundo a hipótese de que o desprestígio acadêmico dos estudos em Pedagogia se explicaria como reflexivo direto da desvalorização social e profissional do educador escolar.
    Seja como for, retirar da prática docente seus fundamentos pedagógicos (onde estão necessariamente implicados objetivos sociopolíticos da prática educativa) significa recusar a direção de sentido do ensino diante de uma sociedade marcada por antagonismos de classes e grupos sociais. Isto leva a reduzir o ensino à sua dimensão científica e técnica, desprezando-se sua dimensão valorativa, intencional. O processo docente é pedagógico precisamente porque é intencional, porque tem objetivos explícitos em face do quadro de interesses antagônicos existente na sociedade; é por isso que se justifica a mediação pedagógica e didática.
    Uma visão verdadeiramente crítica do ensino, do ponto de vista histórico-social, não pode simplesmente suprimir a Pedagogia, sob pena de afirmar-se a recusa à formulação de objetivos sociopolíticos e formativos e à abordagem crítica dos conteúdos culturais.


    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

    BEILLEROT, Jacky. A sociedade pedagógica. Porto, Rés Editora, 1985.
    BRANDÃO, Carlos R. O que é educação. São Paulo, Brasiliense, 1981.
    BRZEZINSKI, Iria. Pedagogia, pedagogos e formação de professores – Busca e  movimento. Campinas, Papirus, 1996.
    CONTRERAS DOMINGO, José. Ensenãnza, currículum y profesorado. Madrid, Akal, 1990.
    ESTRELA, Albano. Pedagogia ou ciência da educação? Porto, Porto Editora, 1992.
    HOUSSAYE, Jean. Pédagogues contemporains. Paris, Armand Colin, 1996.
    LIBÂNEO, José C. O ato pedagógico em questão: o que é preciso saber. Revista Inter-Ação, 17 (1-2): 111-25, jan.-dez. 1993.
    PIMENTA, Selma G. Para uma resignação da didática – Ciências da educação, Pedagogia e didática (uma revisão conceitual e uma síntese provisória). In. PIMENTA, Selma G. (Org.). Didática e Formação de professores – Percursos e perspectivas no Brasil e em Portugal. São Paulo, Cortez, 1997.
    SARRAMONA, Jaime & MARQUES, Salomó. Qué es la Pedagogía? Uma respuesta actual. Barcelona, Ediciones CEAC, 1985.
    ANFOPE. Documentos finais dos Encontros 1990-1994.
    BENEDITO, Vicente. Introducción a la Didáctica. Barcelona, Barcanova, 1987.
    BRZEZINSKI, Iria. Formação de professores: dilemas e perspectivas. Contradições e ambigüidades no curso de Pedagogia: do professor primário ao professor primário. Anais do VII Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino. Goiânia, 1994.
    CADERNOS CEDES. O profissional do ensino – debates sobre sua formação. Campinas, Cortez/CEDES, n. 17, 1986.
    CHAVES, Eduardo O. C. O curso de Pedagogia. Cadernos CEDES. São Paulo, (2): 47-69, 1986.
    CONARFCE. Documentos finais de Encontros, 1983-1990.
    DEWEY, John. La ciência de la educación. Buenos Aires, Losada, 1968.

Um comentário:

  1. Muito rico esse texto que menciona as competencias do pedagogo na empresa é bom estarmos nos atualizando e nos informando.

    Parabéns!

    ResponderExcluir